Síndrome da Bruxa Velha — a Paralisia do sono

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A cena é clássica, talvez já tenha acontecido com você mesmo(a). Você foi se deitar na cama ou acabou cochilando no sofá e de repente acorda incapaz de mover seu corpo, você está consciente mas não consegue se mover e então a coisa piora... você sente alguém pressionando o seu peito, mãos tateando em busca de sua garganta. Você tenta gritar, mas sua voz simplesmente não sai. Você nota uma figura sombria próxima a você. Nessa hora o seu pesadelo chega ao ápice, pena que você não está dormindo.
Então, tão repentinamente como surgiu, aquilo vai embora. A "coisa" te solta e a presença sinistra se esvanece do local. Agora você pode se mover, levantar-se e tentar entender o que acabou de acontecer. A notícia que eu tenho pra te dar é que você acaba de ter um episódio de paralisia do sono, também conhecida desde tempos remotos como Síndrome da Bruxa Velha.

Uma vítima de um desses episódios descreveu a experiência:
Cerca de um ano e meio atrás, fui acordada durante a noite por uma forte e quente brisa. Eu não conseguia me mexer e não conseguia gritar. Durou cerca de 30 segundos e terminou. Eu não vi nada. Na semana passada aconteceu de novo. Eu estava deitada na cama e novamente fui acordada. Eu senti algo muito forte me segurando. Eu não conseguia me sentar. Tentei gritar por minha filha mas não consegui fazer barulho algum. Tentei bater na parede com o braço mas essa força não me deixou. Novamente durou cerca de 30 segundos e acabou. Eu realmente não acredito em fantasmas e não vi nada. Eu estou apenas muito assustada e confusa.
Isso já aconteceu com você ou conhece alguém que teve uma experiência semelhante? Aqui no ZONA 33 eu recebo diversos relatos de casos do tipo, e não só leitores, como também já ouvi relatos de conhecidos. As vítimas acordam para descobrir que não podem se mover, mesmo que possam ver, ouvir, sentir e cheirar. Às vezes há a sensação de um grande peso no peito e a sensação de que há uma presença sinistra ou maligna na sala. Algumas pessoas como o exemplo acima, ainda tem a "sorte" de não ver nada, ao contrário da maioria, que normalmente tem uma pequena visita de pessoas das sombras, criaturas bizarras ou até mesmo o Homem do Chapéu.

A Origem do nome "Síndrome da Bruxa Velha"

O nome desse fenômeno vem da crença supersticiosa de que uma bruxa — ou, uma Bruxa Velha — senta-se ou "cavalga" no peito das vítimas, tornando-as imóveis. Embora essa explicação não seja levada muito a sério hoje em dia, a natureza desconcertante e muitas vezes assustadora do fenômeno leva muitas pessoas a acreditarem que realmente existam forças sobrenaturais em ação — pessoas das sombras ou demônios.

A experiência é apavorante pois as vítimas, embora paralisadas, parecem ter pleno uso de seus sentidos. Na verdade, é muitas vezes acompanhada de cheiros estranhos, som de passos se aproximando, aparições de sombras estranhas, olhos brilhantes, e o peso opressivo no peito, tornando a respiração difícil, se não impossível. Todos os sentidos do corpo estão dizendo às vítimas que algo real e incomum está acontecendo com elas. Então, o transe é quebrado e as vítimas se recuperam da situação desagradável. Totalmente acordadas, elas se sentam, completamente confusas com o que lhes aconteceu, já que agora o quarto está totalmente normal.

Confrontados com uma experiência tão bizarra e irracional, não é de se admirar que muitas vítimas tenham medo de terem sido atacadas em suas camas por algum espírito malévolo, demônio ou, talvez, até mesmo um visitante alienígena.

O fenômeno da paralisia do sono pode ser reconhecido em registros de diferentes culturas ao longo da história. Talvez o exemplo histórico mais famoso de paralisia do sono na arte seja a pintura de 1783 de Henry Fuseli, “O pesadelo”. Esta pintura apresenta muitos dos sintomas clássicos da paralisia do sono. A figura central é retratada deitada de costas com um demônio sentado em seu peito e uma égua bizarra ao fundo (em referência ao "mare" de nightmare, que no inglês significa égua). Muitos consideram o maior trabalho de Fuseli e acredita-se que seja uma das primeiras impressões artísticas da paralisia do sono.

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Pintura a óleo "O Pesadelo" de John Henry Fuseli, 1780 (commons)

E acontece com muita gente...

Entre 6 e 17 por cento da população adulta em geral experimentou paralisia do sono em algum momento da vida e é ainda mais comum entre certos grupos. Por exemplo, taxas mais altas são relatadas entre estudantes universitários (perto de 30%). Isso pode ser por causa das interrupções comuns do sono que os estudantes universitários experimentam. A paralisia do sono ocorre mais frequentemente após distúrbios do sono, e pode ocorrer enquanto a vítima dorme durante o dia ou a noite.

Somente no Brasil, cerca de 2 milhões de pessoas sofrem com essa condição atualmente (dados de 2018. Fonte: Hospital Israelita A. Einstein).

Veja esse outro relato de uma vítima, um pouco mais perturbador:
Eu sou uma mulher de 27 anos e tenho sofrido nos últimos 12 anos ou mais. Tudo começou comigo apenas sendo incapaz de me mover, como se alguém estivesse em cima de mim, me prendendo. E, embora eu estivesse tentando com todas as minhas forças mover-me ou gritar, tudo que eu conseguia fazer era apenas mexer os dedos dos pés e murmurar baixinho. No começo era muito assustador e eu tentava com todas as minhas forças acordar. Ao acordar eu seria incapaz de retomar o sono por pelo menos algumas horas. Agora eu me acostumei um pouco com isso. Às vezes até me deito e vejo quanto tempo posso suportar aquele sentimento horrível e avassalador. No final, sempre tento me despertar.

Ao longo dos anos, essa "coisa" metamorfoseou-se em um ser escuro, algo que está fazendo isso deliberadamente para mim por algum motivo. Eu acho que é algo que eu posso ter inventado na minha cabeça para lidar com isso. Eu não tenho tanta certeza. Depois que me acostumei, nunca questionei. Ainda ocorre a cada dois meses aproximadamente. Às vezes uma vez por noite, outras vezes pode acontecer várias vezes em uma noite.
O que está acontecendo? Existe uma explicação racional para essas experiências esquisitas?

O que a ciência diz à respeito?

Na história da medicina ocidental, a paralisia do sono tem sido documentada há pelo menos 300 anos. Em um registro de 2008, Kompanje descreve um relato de um caso do médico holandês Isbrand Van Diemerbroeck, de 1664, intitulado "Of the Night-mare". Segue a descrição dos sintomas da paciente:
...durante a noite, quando ela estava se recompondo a dormir, algumas vezes ela acreditava que o diabo estava sobre ela e a segurava, às vezes que ela era sufocada por um grande cachorro ou um ladrão deitado sobre o seu peito, de modo que mal podia falar ou respirar e quando ela se esforçou para jogar fora o fardo, ela não pôde agitar seus membros.
— citação de Van Diemerbroeck, 1689

Os médicos gregos também tinham conhecimento da paralisia do sono, com Galeno discutindo a condição no segundo século. O primeiro relato escrito da paralisia do sono pode ser encontrado em um livro chinês sobre sonhos, que remonta a 400 a.C. !

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Cláudio Galeno, médico e filósofo romano de origem grega (media storehouse)

Atualmente, a comunidade médica está bem ciente desse fenômeno, mas tem um nome menos sensacional do que a "síndrome da bruxa velha" para ele. Eles chamam de "paralisia do sono" ou PS (às vezes PSI para "paralisia do sono isolada").

O Dr. Max Hirshkowitz, diretor do Centro de Distúrbios do Sono do Veterans Administration Medical Center, em Houston (EUA), diz que a paralisia do sono ocorre quando o cérebro está em estado de transição entre o sono profundo (conhecido como sono REM) e a vigília. Durante o sono REM, o cérebro desligou a maior parte da função muscular do corpo, de modo que não podemos representar nossos sonhos — estamos temporariamente paralisados.

"Às vezes, seu cérebro não desliga totalmente esses sonhos — ou a paralisia — quando você acorda", disse Hirshkowitz à ABC News. "Isso explicaria o sentimento 'congelado' e as alucinações associadas à paralisia do sono". De acordo com sua pesquisa, o efeito só dura de alguns segundos a um minuto, mas neste estado meio-dormindo-meio-acordado, pode parecer muito mais demorado para a vítima.

Em seu artigo, "Socorro! Não consigo me mexer!", Florence Cardinal escreve: "A paralisia do sono é muitas vezes acompanhada de alucinações vívidas. Pode haver um sentimento de que alguém está na sala, ou mesmo pairando sobre você. Em outras parece haver pressão no peito, como se alguém ou algo estivesse empoleirado lá, podendo até haver ataques sexuais associados às alucinações. O som de passos, portas abrindo e fechando, vozes, tudo pode ser uma parte muito assustadora da paralisia do sono. Essas são conhecidas como Experiências Hipnagógicas e Hipnopômpicas e são o que faz as pessoas temerem um episódio de paralisia do sono."

Bem, você não esperava que os médicos dissessem que tem uma bruxa velha se sentando em seu peito ou que um demônio do tipo súcubo ou íncubo está sugando suas energias, certo?

Mas se é assim, como podemos explicar quando duas ou mais pessoas experimentam o fenômeno ao mesmo tempo?


A Bruxa estrangulando minha namorada
Eu fui acordado por minha namorada gritando. Ela estava com os braços para cima, como se estivesse empurrando alguma coisa. Seus olhos estavam abertos, como se ela estivesse acordada. Eu chamei o nome dela algumas vezes e tentei acordá-la. Então seus olhos se fecharam e ela voltou a dormir. Quando eu a acordei de novo, ela me disse que estava lutando com uma velha senhora que estava tentando estrangulá-la.

Ontem à noite fui acordado por alguma coisa. Eu não tinha ideia do que era, mas eu tinha esse forte sentimento me dizendo que eu deveria me virar e olhar para a minha namorada. Quando me virei, vi o que parecia ser o rosto de uma velha se afastando de mim. Naquele exato momento, minha namorada soltou um pequeno grito e voltou a dormir. Eu também. Hoje de manhã, quando acordamos, a primeira coisa que minha namorada me disse foi: "Eu tive um sonho com aquela velha novamente na noite passada". Quais são as chances de nós dois vermos a mesma pessoa ou espírito? Por que aquilo se afastou de mim?   —by-stander

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Reprodução/shendeti

Experiências simultâneas
Em dezembro de 2007, minha esposa e eu estávamos dormindo na cama quando eu soube ou sentia que minha esposa estava sendo atacada. Eu acordei para encontrar uma pessoa sombria em cima dela, sufocando ela! Eu pulei da cama e compartilhei várias profanidades francesas com aquilo. Quando me movi em direção àquilo para confrontar, a coisa entrou na parede. Eu me virei para ver minha esposa ainda engasgada e a acordei. Ela afirmou que sonhava que estava sendo sufocada por uma pessoa em cima dela. Normalmente, você descartaria, mas como duas pessoas têm experiências simultâneas? Mais tarde, ela teria uma experiência semelhante no exército, onde sua colega de quarto acordou para ver uma pessoa sufocando-a!  —diesel1276

Eu e minha esposa vimos ela
Eu tive várias experiências de paralisia do sono. Eu vi minhas cobertas de cama sendo puxadas do meu rosto, incapaz de me mover ou gritar. Uma voz feminina assobiou no meu ouvido, trazendo sentimentos de terror. Uma vez eu vi uma velha olhando para mim através da minha cama. Ela era cinza e tinha um sorriso ameaçador. Eu comecei a bater nas cobertas onde este rosto cinza enevoado estava observando. Minha esposa acordou neste momento e gritou, dizendo que ela viu o rosto da mulher também. Eu acho que há mais do que apenas a explicação científica. Eu acho que é parte física e parte sobrenatural. Acho que nossos cérebros captam um sinal mais expansivo quando estamos entre o sono e o estado de vigília.  —Matt

A Bruxa e o homem velho 
Eu estava assistindo TV por volta da 1 da manhã na casa da minha avó. Meu avô estava em seu quarto dormindo em frente ao quarto em que minha avó e eu estávamos. Ela também dormia. Eu ouvi um grunhido, como se alguém estivesse tentando gritar por ajuda, mas estivesse sendo sufocado. Eu também ouvi uma velha e um homem rindo. Eu estava com medo e acordei minha avó. Corremos para o quarto do meu avô. Ele estava tentando se libertar — e uma velha estava sentada sobre ele, segurando-o. Um homem careca estava sentado em sua cadeira olhando para nós e rindo. Nós podíamos enxergar um pouco através dos dois, e sabíamos que eles não eram humanos, mas maus espíritos.

Nós lutamos para tentar libertar o vovô, e a velha achou isso engraçado pois não podíamos tocá-la; nossas mãos e braços foram direto para o corpo dele. O careca se levantou e ficou de pé sobre nós. Ele estava com raiva porque tentamos acordar o vovô. Liguei a luz do quarto e os espíritos se levantaram e desapareceram.  —SawWithOwnEyes&wasntTheOnlyOneInRoom2See


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A imagem acima é um pouco antiga, ela foi tirada com a câmera de um celular (época em que ainda não haviam smartphones) e a resolução não é das melhores, no entanto, dá pra ver claramente uma figura sinistra. A pessoa que encaminhou o email com essa foto para a página Old Hag Syndrome, afirma que a foto foi tirada pelo namorado de sua sobrinha no apartamento dela, e ele acredita ser a "velha bruxa" que estaria atacando ela.

A Hora do Pesadelo

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A Hora do Pesadelo (2010). Warner Bros.

O sono é um estado muito vulnerável, onde entregamos a mente e o corpo à noite. Wes Craven aborda essa mesma vulnerabilidade em sua série A Hora do Pesadelo (Nightmare on Elm Street). E, enquanto Freddy Krueger é assustador, a inspiração por trás dele é ainda mais. Em uma entrevista, Wes Craven explicou:
Eu li um artigo no L.A. Times sobre uma família que escapou dos campos da morte no Camboja e conseguiu chegar aos EUA. As coisas estavam bem, e de repente o jovem filho estava tendo pesadelos muito perturbadores. Ele disse a seus pais que temia que, se ele dormisse, a coisa que o perseguia o pegaria, então ele tentou ficar acordado por dias a fio. Quando ele finalmente adormeceu, seus pais pensaram que a crise havia cessado. Então eles ouviram gritos no meio da noite. Quando chegaram a ele, ele estava morto. Ele morreu no meio de um pesadelo. Ali estava um jovem tendo uma visão de horror que todo mundo mais velho estava negando. Isso se tornou a linha central de A Hora do Pesadelo.
Este artigo, intitulado “Especialistas médicos buscam pistas para 'Mortes no pesadelo' que atingem os refugiados asiáticos”, começa com a sentença assustadora: “Desde abril de 1983, pelo menos 130 refugiados do Sudeste Asiático deixaram este mundo essencialmente da mesma maneira. Eles gritaram em seu sono. E então eles morreram.” Perturbador, não é mesmo?! Especialistas médicos citam estresse e genética como possíveis causas.

Em “Ridden By the Hag: My Sleep Paralysis Visitors” (tradução livre: Montada pela Bruxa: Meus visitantes da paralisia do sono), Jenah Shaw escreve: “Resumindo de forma simples, a paralisia do sono ocorre quando, na transição entre o sono e a vigília, a mente está alerta, mas o corpo ainda dorme”. Ela continua:
Para a maioria das pessoas, isso acontece durante o processo de vigília; enquanto o sono REM permite visão e audição, o movimento é suprimido. Normalmente, essa atonia muscular é acompanhada pela ideia de uma ameaça direta: a alucinação de um intruso na sala, ou algo ou alguém pressionando fisicamente o peito.
É uma ocorrência muito comum no mundo inteiro. A paralisia do sono geralmente acontece com pessoas que têm narcolepsia ou apneia do sono. Também é comum entre adultos jovens e pessoas com histórico de doença mental [fonte]. Possíveis tratamentos incluem melhorar os hábitos de sono e se concentrar em problemas de saúde mental.

Embora a ciência forneça uma explicação razoável, ela não deve subestimar as histórias daqueles que lidaram com ela. Imagine você experimentando esse terror antes do tempo da medicina moderna. De que outra forma você explicaria isso a não ser através de uma lente sobrenatural?

A Paralisia do sono e o Sobrenatural

A palavra “nightmare” (pesadelo, em inglês) pode ser rastreada até as antigas palavras nórdicas e germânicas (“mare” ou “mara” ou “mahr”) que foram usadas para descrever a bruxa que se senta no peito das pessoas enquanto elas dormem e lhes traz pesadelos; também se pensou que o espírito montasse cavalos durante a noite, deixando-os exaustos pela manhã. (As palavras norueguesas e dinamarquesas para “pesadelo” são mareritt e mareridt, que se traduzem em “mare-ride”, "montar égua" em inglês.) Um texto médico persa do século X descreve um pesadelo no qual “a pessoa sente uma coisa pesada sobre ela e descobre que é incapaz de gritar” e sugere que “o pesadelo […] é causado pelo aumento de vapores do estômago indo para o cérebro […] A terapia inclui sangria da veia superficial do braço e da veia da perna e adelgaçamento da dieta, especialmente em pacientes com vermelhidão nos olhos e rosto.”

A sabedoria anexou essa ocorrência à Bruxa Velha, que geralmente é uma criatura sobrenatural, na forma de uma bruxa, que se senta no peito de sua vítima adormecida para que ela não possa se mover. A bruxa aparece em uma variedade de culturas.

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Reprodução/Steemit

Terra Nova e Labrador, no Canadá, nos dá a expressão aterrorizante hag rid, que no bom português significa "montado pela bruxa." Na cultura chinesa, em pinyin, é chamado de guǐ yā shēn (“fantasma pressionando o corpo”), na Turquia de karabasan (“o assaltante das trevas”), e em vietnamita ma đè significa “contido pelo fantasma”. Na Tailândia o Phi Am é um fantasma que causa paralisia do sono e pode deixar até hematomas. O termo húngaro boszorkany-nyomas significa “pressão das bruxas”, enquanto o alemão tem o alpdrucken, ou “elfo pressionando” [fonte].

Aqui no Brasil, também temos a Pisadeira que é creditado provocar a paralisia, esta figura é mencionada em muitos relatos antropológicos.

A Pisadeira e derivados

Ferreira (1986) e Houaiss e Villar (2009) definem a Pisadeira como uma velha com unhas compridas que se esconde nos telhados à noite para pisotear o peito dos que dormem. Luís da Câmara Cascudo — um renomado folclorista nascido no estado brasileiro do Rio Grande do Norte — acrescenta mais detalhes a essa descrição física mencionando a magreza e o cabelo despenteado da Pisadeira (Cascudo, 2012). Ele afirma que a Pisadeira:
…É o pesadelo personificado em um homem ou mulher velha. O pesadelo, ou a "nocturna oppressio" romana, sempre foi explicado pela intervenção maligna de um íncubo, um demônio ou um espírito malévolo. Em muitas culturas, o pesadelo — também conhecido como a onirodinia clássica — era devido a um gigante ou um anão, uma mulher ou homem terrível que, aproveitando que está dormindo, sentaria sobre seu estômago e pressionaria seu tórax, perturbando a respiração. (p. 568).
Cascudo (2012) continua sua descrição da Pisadeira procurando referências etimológicas em outras línguas. Ele afirma que a palavra para pesadelo em português, pesadelo, deriva de “peso” ou “pesado”; em francês cauchemar, do antigo verbo chaucer, do latim calcare, denota apertar ou empurrar; finalmente, o "nightmare" da palavra inglesa é o demônio da noite, ou diabo.

No interior dos estados brasileiros de Minas Gerais e São Paulo, a Pisadeira possui diferentes características físicas: é uma afro-brasileira “gorda” e “pesada” que pisa no abdômen daqueles que dormem com o estômago cheio ou de barriga para cima. Há também um nome variante do nordeste para a Pisadeira ao redor do rio São Francisco, a chamada “Pesadeira”. Ela tem as mesmas características de sua contraparte de Minas Gerais e São Paulo, exceto que a Pesadeira usa um chapéu vermelho. O conto relata que, se alguém conseguir pegá-lo, a Pesadeira perde sua força e concederá qualquer desejo em troca de seu chapéu (Lins, 1983). No estado do Ceará, essa lenda chama-se “Pisador” e, diferentemente de outras regiões, é um demônio masculino.

Cascudo (2012) acredita que a Pisadeira é descendente direta do mito português conhecido como “Fradinho da Mão Furada”. Diz-se que Fradinho entraria nos quartos das pessoas e colocaria sua “mão pesada” no peito delas, impedindo-os de gritar:
De Portugal, no entanto, vieram os principais elementos do pesadelo. J. Leite de Vasconcelos, em suas "Tradições Populares de Portugal", descreve a origem da Pisadeira atormentando seus caipiras. No Algarve, é o “Pequeno Frade da Mão Furada”. O Frade entra tarde da noite nas alcovas, através do buraco da fechadura da porta. Ele tem um chapéu vermelho na cabeça e se acomoda sobre as pessoas, para lhes atribuir os piores pesadelos. Ele vai embora apenas quando a pessoa acorda (p. 289). […] O pesadelo é o diabo, que tem um capuz e uma mão muito pesada. Quando as pessoas dormem com a barriga cheia, o pesadelo coloca a mão no peito do dorminhoco e não deixa possibilidade de gritar (p. 290). De Portugal, é claro, veio a Pisadeira. Mas de onde é que Portugal recebeu o "oppressio da noite"? A influência da Provença na terra portuguesa foi longa e poderosa. Pessoas provençais espalharam ritmos para os primeiros versos. Para a cultura provençal, o pesadelo é uma mulher idosa, com os truques da Pisadeira. Apenas na Provença e em Portugal, ela desce pela chaminé e vai até o dorminhoco (p. 569).
Cascudo (2012) também descreveu um equivalente da Pisadeira para os índios brasileiros: “ela era uma mulher idosa que, junto com sua procissão de agonias indescritíveis, visitava um indivíduo” (p. 568). A tribo nativa brasileira do Tupi a chamava de Kerepiiua. Havia também a figura do Jurupari, que, após a catequese católica, atribuía-se o significado de “demônio noturno”, seu nome é uma contração de “i-ur-upá-ri” (ela que vem à cama ).

A citação de Pires (2002) abaixo, tirada de um diálogo com um caipira sentado em uma fogueira, assemelha-se às descrições da Pisadeira:
É uma mulher, esta, muito magra, tem dedos realmente longos e ossudos com unhas grandes! Ela tem pernas grossas, cabelos desgrenhados, queixo todo apontado e um nariz bem curvado, sobrancelhas espessas e olhos que brilham... Quando, terminamos nossa refeição e vamos dormir de barriga pra cima, ela virá descendo do telhado e senta bem em cima do nosso peito, afundando... afundando... bem na barriga! Agora é por isso que você não deve deixar que os jovens dormam de barriga pra cima (Pires, 2002, p. 89).
A Pisadeira também estrelou os versos de Cora Coralina, pseudônimo da poetisa goiana Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas (1889-1985). Apesar de sua condição de uma das maiores escritoras do Brasil, Cora Coralina teve seu primeiro livro — Poemas dos becos de Goiás e outras histórias — publicado somente quando tinha 75 anos. Neste livro, Coralina faz a seguinte referência à Pisadeira:
Naquela noite, aconteceu que a Sra. Jesuína foi acordada por grunhidos, gemidos, quase vindos do tabuleiro. Ela repreendeu: "quieto, você diabinho, vamos dormir..." Todos ficaram em silêncio, e a noite continuou girando no espaço e no tempo. Na alcova, o círculo amarelo da velha lâmpada de óleo. As pinturas dos santos, imóveis nas paredes. Então, novamente, um grunhido renovado e alguns pequenos gemidos, uma coisa da menor. Mais uma vez, proferiu a velha em toda a sua nobreza: “vire-se para o maldito lado, menina, que é a Pisadeira, não brinque...” E depois houve silêncio. A velha voltou a dormir, mas acordou nas primeiras horas da manhã. “Jesuína, Jesuína.” Nenhuma resposta. Ela comentou: “É assim que vai, você enche sua cesta de pães, a Pisadeira vem, não vai deixar você dormir, e de manhã você está quebrada pra caramba” (Coralina, 2014, p. 32). [obs.: traduzido do inglês, podem haver discrepâncias do original]
Infelizmente, a Pisadeira — assim como outras figuras do folclore brasileiro, como Saci e a Mula-sem-cabeça — corre o risco de ser esquecida. Passadas de geração em geração no interior brasileiro, essas tradições orais estão perdendo força. Uma das políticas para a preservação desse patrimônio das lendas e mitos brasileiros é dar-lhes o devido valor (Moreira et al., 2009).

O aspecto macabro da Pisadeira brasileira compartilha do arquétipo da Bruxa Velha, e falando em bruxas, é claro que elas não poderiam faltar...

A paralisia do sono e as Bruxas

A paralisia do sono também estave ligada à feitiçaria, conforme visto na documentação dos Julgamentos das Bruxas de Salem.

Nos julgamentos das bruxas de Salém, John Louder contou como, depois de discutir com a acusada Bridget Bishop, “acordou à noite ao luar e viu claramente a semelhança dessa mulher que o oprimia dolorosamente; em que condição miserável ela o segurou, incapaz de se ajudar, até o dia próximo.” Em 1595, em outro julgamento, Dorothy Jackson acusou vários vizinhos de feitiçaria, dizendo que ela foi “montada por uma bruxa três vezes em uma noite, ficando assim espantada e devido ao seu espanto, ela acordou o seu marido”; No final do século XVII, Nicolas Raynes prestou depoimento no julgamento de uma suposta bruxa e disse que sua esposa, “depois de ser ameaçada, foi continuamente atormentada por Elizabeth, uma bruxa de renome, que a montava e tentava pressioná-la contra o chão.”

Juntamente com as bruxas, a história atribuiu essa experiência ao comportamento demoníaco ou, mais especificamente, aos íncubos e súcubos. A Enciclopédia Mítica descreve este ser horrível:

No folclore medieval da Europa, o íncubo é um demônio masculino (ou espírito maligno) que visita as mulheres durante o sono para se deitar com elas em relações sexuais fantasmagóricas (com mais frequência, isso ocorreria sem consentimento). A mulher que é vítima de um íncubo não despertará, embora possa experimentá-lo em um sonho. Se ela engravidar, a criança crescerá dentro dela como qualquer criança normal, exceto que ela possuirá capacidades sobrenaturais. Geralmente, a criança se transforma em uma pessoa com más intenções ou um bruxo poderoso. Diz a lenda que o mago Merlin foi o resultado da união de um íncubo e uma freira. A súcubo é a variante feminina e ela se concentra nos homens. Segundo uma lenda, os íncubos e os súcubos eram anjos caídos.

Abduções alienígenas?

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Cena do documentário "The Nightmare (2015)". Zipper Bros Films

Também incluído entre as interpretações sobrenaturais da paralisia do sono estão relatos que têm sido particularmente endêmicos nos Estados Unidos — abdução alienígena. Pense nos sintomas da paralisia do sono: uma sensação de um ou mais seres espreitando sobre a cama, sentindo-se pressionado por alguma força, sentindo vibrações elétricas, sensação de dormência ou flutuação, e, claro, a paralisia e sentimentos de medo. Então, tão repentinamente quanto surgem, essas imagens e sensações desaparecem, e a pessoa é deixada sozinha na cama, tentando entender o que aconteceu. Soa muito como um relato de abdução, certo? Observe esse relato:

O Gray
Certa noite, deixei as janelas abertas para deixar entrar a brisa. Não me lembro de ter dormido, mas fiquei paralisado quando recuperei a consciência. Eu me lembro de ter visto uma chuva negra e podia sentir meu corpo pesando cinco vezes o peso normal. Eu estava afundando na cama um pouco. Eu virei minha cabeça e vi o que parecia ser um alienígena sorrindo para mim. Não foi fácil me mover, mas lentamente e com força me arrastei até a beira da cama para cair e esperançosamente acordar alguém em casa.

Eu podia sentir seus pensamentos, como se eles estivessem conectados aos meus. Eu não deveria estar me movendo, era a emoção que eu sentia do ser, mas eu consegui. Eu alcancei a borda, caindo de cabeça primeiro. Quando eu caí no chão, eu estava acordado em minha cama, de bruços, como quando eu cochilei. Minhas janelas ainda estavam abertas e eu podia sentir a brisa.  —Lost Boy

Quer mais? Dá uma lida em 8 Terríveis criaturas que acatam na hora do sono. Pode clicar sem medo que vai abrir em outra aba.

Os tipos de ataques

Em um artigo de 2015 sobre paralisia do sono na Vice, Brian Barrett conversa com James Allan Cheyne, especialista em paralisia do sono e professor emérito da Universidade de Waterloo, sobre os tipos de paralisia do sono. A Paralisia do Sono pode ser dividida em três categorias: (1) Vestibular e Motora, (2) Intruso e (3) Incubus:

Cheyne adverte que essas categorias são amplas e as experiências descritas podem variar muito. Por outro lado, ele também é um dos três autores de um artigo científico de referência de 1999, publicado em Consciousness and Cognition, que ajudou a defini-las.

Incidentes vestibulares e motores — Cheyne os chama de "Experiências corporais incomuns" em seu artigo de 1999 — são relativamente inofensivos, potencialmente até mesmo agradáveis. "É um termo chique para sentir que seu corpo está sendo movido sem a sua vontade", explica Sharpless. "Você pode sentir como se estivesse flutuando, ou levitando, ou seu braço está sendo levantado." Não é tão ruim, certo? Sua cena padrão de Sigourney Weaver em Os Caça-Fantasmas.

Os outros dois, Cheyne diz não possuírem tal potencial.

“Para as experiências do Intruso, a principal sensação é a presença sentida — uma sensação de algo na sala”, explicou recentemente por e-mail. “Esse algo pode então ser visto, ouvido ou sentido fisicamente. Pode andar pela sala, aproximar-se da cama e, às vezes, subir na cama.” […]

“As experiências do Incubus muitas vezes continuam nessa sequência, subindo em cima do dorminhoco”, continua Cheyne, “talvez sufocando e até mesmo agredindo-o física e sexualmente”.

Mais relatos sobre ataques da "Bruxa Velha"

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Sleep paralysis | arte por Josu Hernaiz (artofmtg)

Bruxa dos olhos negros
Aconteceu pela primeira vez quando eu tinha 14 anos. Eu não conseguia me mexer, não entendia o que era. Minha época mais proeminente tendo que experimentar a paralisia do sono foi no ano passado enquanto estava deitado na cama. Adormeci muito rápido, mas depois acordei com a pressão de uma mão no meu ombro direito. Quando eu pude me virar, vi a bruxa velha! Ela tinha longos cabelos grisalhos, rosto esverdeado pálido, nariz comprido e — o mais arrepiante de tudo — seus olhos eram completamente negros. Ela sorriu para mim... depois foi embora. Foi quando eu saí da paralisia.  — OHS5

A Bruxa que enforca
Eu estava dormindo certa noite quando de repente acordei. O quarto estava exatamente como quando eu adormeci. Eu não conseguia me mexer nem gritar. Eu vi uma senhora velha e assustadora parada na frente da minha janela. Ela rapidamente se moveu até mim e começou a me sufocar! Pareceu pelo menos 10 minutos antes de ela me soltar e desaparecer. Eu então podia me mover e gritar. Eu estava apavorada e não iria mais dormir naquele quarto. —bizzarre

O Lobo
Lembro-me de ouvir um som estrondoso nos meus ouvidos e ver uma figura sombria parada no meio do meu quarto, dizendo meu nome e rindo ou apenas me observando. Foi tão real. Recusei-me a dormir novamente já que eu era uma criança, mas sempre que eu dizia à minha mãe, ela não me levava a sério... até que começou a me perseguir. Eu podia me mover no começo e corria pelo meu quarto gritando e chorando.

Quando fiquei mais velha, começou a me paralisar e eu não conseguia me mexer, além dos olhos. Troquei de quarto porque pensei que fosse o quarto, mas também começou a acontecer naquele quarto, só que agora era uma figura semelhante a um lobo e estava no meu peito. Eu me sentia mais segura dormindo nas casas de outras pessoas, então eu basicamente vivia na casa de minhas amigas naquele verão... até que começou a acontecer lá! Desde então, aconteceu quase todas as semanas — durante dois anos.  —Snippy

O Mal emana dela
Eu tenho 42 anos e primeiro tive um pesadelo sobre uma bruxa aterrorizante aos 16 anos. Ela se ajoelhou no meu peito e olhou para o meu rosto, lentamente chegando cada vez mais perto. Eu estava completamente apavorada. Ela usava um manto preto e capuz. Seu rosto era como uma bruxa e o mal emanava dela, me cercava a partir dela. Outras vezes, eu podia estar deitada de bruços e ela vinha arrastar a mão até a parte de trás da minha cabeça, pelo meu rosto, e enganchar seus dedos sob meus dentes superiores e puxar minha cabeça para trás. Outras vezes, ela vinha morder, sentar na cama, bater na porta, chamar meu nome e, geralmente, me assustar. Como alguém pode explicar isso?  —Jane.owen

A Mulher e o Ceifeiro
"Bruxa Velha" é enganoso. Para mim, ela aparece como uma mulher bonita em um longo vestido branco e véu. Às vezes o Ceifeiro a acompanha. Isso acontece quando estou deitado de costas, pouco antes de adormecer. Desde a primeira ocorrência, sempre achei que, se ela me colocasse debaixo da cama... eu teria partido para sempre. Ela paira no quarto e lentamente se aproxima. O Ceifeiro no manto preto com capuz fica nos pés ou ao lado da minha cama. Eu não posso me mover ou falar, mas posso ouvir tudo. O nível de medo é intenso e permanece comigo até o amanhecer.  —VidaMS

Cara a cara com a Bruxa
Eu tenho tentado por cerca de um ano induzir a paralisia do sono como uma porta de entrada para o sonho lúcido. Eu ouvi sobre esse fenômeno, mas nunca o experimentei. Esta noite foi a primeira ocorrência. Eu fiz como sempre faço: Deito-me de costas, olhando para o teto, esperando que a dormência comece. Não acontece. Em vez disso, todo o barulho fora da minha janela para, como se alguém silenciasse o mundo lá fora.

Eu pisco... e lá está, no meu teto. Simplesmente flutuando para baixo, arrastando seus dedos pela parede. O som era doentio. Parou quando ficou cara a cara comigo, colocou as outras mãos (tinha outros três braços) no peito e ficou lá, olhando para mim. Seus olhos brilhavam, passando de um roxo fluorescente a um vermelho quase arterial. Então alguém na sala ao meu lado derrubou alguma coisa, e aquilo apenas levitou para o teto. Seu rosto foi a última coisa a desaparecer.  —Neko

Puxão no cabelo
Uma semana atrás, eu fui acordada no meio da noite pelo som de (eu pensei) a voz do meu marido dizendo: "Ela tem a minha mão". Ele às vezes murmura durante o sono, mas nunca é coerente e não acontece há muito tempo. Eu estava deitada com a cabeça apoiada no antebraço, então imediatamente abri meus olhos e vi que a mão dele não estava se mexendo nem nada. De repente, ao mesmo tempo, uma enorme pressão cobriu meu rosto a ponto de eu não poder respirar ou abrir a boca.

Quando isso aconteceu, tive a sensação de uma mão pressionando o topo da minha cabeça e puxando meu cabelo com tanta força que senti dor física. Comecei a gritar, mas não consegui abrir a boca por alguns segundos. Finalmente, a pressão cessou e aquilo acabou. Eu quero rotular isso como um pesadelo, mas eu não consigo entender porque eu senti dor quando eu estava definitivamente consciente, e meus olhos estavam abertos o tempo todo. Quando olhei para o meu marido ele estava em um sono profundo.  —KJ

Não é suficiente? quer mais relatos assim? Então acesse Paralisia do sono: 9 Relatos de ataques sobrenaturais na hora do sono.

O que o sobrenatural tem a dizer?

Você já sabe a explicação científica. Mas qual a explicação "menos ortodoxa" para a paralisia do sono? Bem, para responder essa pergunta, temos que falar sobre Projeção Astral.

Projeção astral (ou viagem astral) é um termo usado no esoterismo para descrever uma experiência intencional fora do corpo (EFC) que supõe a existência de uma alma ou consciência chamada "corpo astral" que é separado do corpo físico e capaz de viajar para fora por todo o universo. [wikipedia]

O que ocorreria durante a paralisia do sono é que a projeção é realizada involuntariamente, e o "corpo astral"  não se desprende do corpo físico, e nesse estado você não possui controle sobre o seu corpo físico, daí o motivo de você não conseguir se mover nem nada. Você está enxergando a partir de seu corpo etéro e por isso você acaba ficando a mercê de todo quanto é tipo de criatura bizarra e visões alucinantes que pertencem a essa esfera sobrenatural.

Por esse motivo que em diversos relatos quando as pessoas conseguem finalmente se mover eu sair da cama elas acordam e percebem que estão na mesma posição em que estavam quando adormeceram, pois de fato, o seu corpo continuou no mesmo lugar, o movimento seria apenas com o corpo astral.

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Projeção astral. Reprodução/internet

Bem, essa é a explicação do ponto de vista sobrenatural, se está certa ou não, não sei, o negócio é que aqui é o ZONA 33 e não revista de medicina, então, já sabe, hehe.

Se você tiver mais interesse pelo assunto, sugiro assistir ao documentário "Pesadelo — Paralisia do Sono" (origirnal: The Nightmare). O documentário se concentra em oito pessoas que sofrem de paralisia do sono. No filme, Ascher (o diretor) entrevista cada participante e, em seguida, tenta recriar suas experiências com atores profissionais.

No momento em que escrevi essa matéria o título estava disponível no catálago da Netflix, então se você assina (ou, chupinha a conta de alguém), aproveite para assistir!


Reprodução/imgur
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